Projeto Refloresta chega a 6.000 mudas plantadas e faz nova parceria

01/09/2021

A iniciativa de restauração ambiental do Gambá com a prefeitura de Castro Alves já ultrapassou metade de sua meta de plantio e ganhou uma nova aliada para reflorestar o entorno da Serra da Jiboia. A prefeitura de Elísio Medrado é a mais nova parceira do projeto que vai realizar três plantios no município. Enquanto isso, seguem as ações de educação ambiental para sensibilizar as comunidades com as lives semanais, realizadas todas as quartas, a partir das 19h, no instagram do Gambá. Esta semana o secretário de agricultura e meio ambiente de Elísio Medrado estará presente para falar mais sobre a parceria firmada.

Até o momento foram 6 mil mudas nativas plantadas em 6 propriedades de Castro Alves e Varzedo, totalizando 4,4 hectares. O projeto prevê o plantio de 11 mil mudas e para isso prospectou mais 6 áreas para receber plantios, sendo 3 em Elísio Medrado e 3 em Castro Alves. As propriedades foram selecionadas para receber o benefício a partir de alguns critérios: estar no entorno da Serra da Jiboia, apresentar potencial de contribuir com provisão de água às bacias hidrográficas locais, ter proprietários com perfil da agricultura familiar e apresentar passivo ambiental a ser amortizado a partir do plantio. Todas as mudas são fornecidas pelo viveiro do Gambá, instalado no município de Elísio Medrado.

Marcelo Lopes Cunha recebeu o plantio de mais de mil mudas na propriedade de seu pai. Ele conta que sonhava em fazer o reflorestamento e conseguiu convencer seu pai a se tornar um beneficiário do projeto. “Na minha infância, nesse lugar onde reflorestamos, era uma ‘minância’ [nascente] e com o tempo e o desmatamento, ela secou. Eu tinha esse sonho de ver esse lugar como quando eu era criança de novo, que pulava naquele lugar úmido e via a terra estremecer” conta ele. 

O sonho de Marcelo está alinhado com a década internacional de restauração de ecossistemas da ONU, iniciada em junho deste ano. A compreensão de que preservar nossos remanescentes florestais não é mais suficiente tem sido tema da campanha que procura mobilizar comunidades do mundo todo para a importância de restaurar ecossistemas. 

Esse é um trabalho que o Gambá vem realizando na Serra da Jiboia há mais de 20 anos e que, no projeto Refloresta, só foi possível a partir do apoio institucional da ONG italiana Cospe. As prefeituras de Castro Alves e Elísio Medrado, além de terem prestado apoio no mapeamento de proprietários já sensibilizados e que pleiteavam meios para restaurar suas áreas, também colaboram providenciando o cercamento das áreas para proteção das mudas e mão de obra para os preparativos e plantios. 

Em Castro Alves, a parceria foi firmada através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente que tem dado o apoio às atividades. E o envolvimento da Secretaria de Educação também tem ajudado a disseminar a importância da restauração ambiental e da conservação do remanescente florestal da Serra da Jiboia. Alunos das escolas municipais participaram de plantios e o coordenador de Educação Ambiental do município, Armando Nascimento, tem usado as ocasiões para gravar videoaulas. “É muito importante que a gente consiga contribuir, não só com a mão na massa, mas também nas nossas unidades escolares, no planejamento, com nossos professores, incentivando e contribuindo com a educação ambiental no município”, contou Fernanda Carvalho, secretária de educação do município, na 3ª live realizada pelo projeto.

Serra da Jiboia

Proposta de mosaico de UCs na Serra da Jiboia

A Serra da Jiboia é um importante remanescente florestal no Recôncavo Sul Baiano. Trata-se de uma área de mais de 8 mil hectares que abrange cinco municípios: Elísio Medrado, Castro Alves, Santa Teresinha, Varzedo e São Miguel das Matas. Um fator que torna a serra peculiar é ser uma zona de transição entre Mata Atlântica e Caatinga, fenômeno conhecido como ecótono. Apesar da enorme riqueza de fauna, flora e da contribuição para a produção de água, a região não é área protegida através de Unidades de Conservação ainda. O Gambá e a UFRB realizaram uma série de estudos que resultaram em uma proposta de criação de um mosaico de Unidades de Conservação, mas os órgãos responsáveis não têm dado andamento à criação destas unidades que garantiriam proteção à área.

A necessidade de proteção da Serra é fácil de ser notada. Nos últimos anos a Mata Atlântica vem sendo desmatada e substituída por pastagens. A derrubada das matas ciliares vem diminuindo sensivelmente a quantidade de água. Os moradores também relatam o uso abusivo de agrotóxicos que contaminam água e solo, já a fauna local é ameaçada pela caça e o tráfico de animais silvestres. Por isso, há mais de 20 anos, o Gambá atua na região promovendo restauração florestal para recuperar os danos já causados e educação ambiental para as comunidades locais, a fim de garantir a conservação da floresta em pé.Conheça mais sobre a Serra através das publicações Proposta de Unidade de Conservação da Serra da Jiboia e Trilhando a Serra da Jiboia, produzidas por Gambá e UFRB.

Logomarca Gambá

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Reserva Jequitibá – Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Serra da Jibóia, Elísio Medrado/BA